crônica (des)poetizada

Há dias chove aqui Nunca mais vi o Sol Sinto falta de vê-lo ali Resplandecendo o farol. Gosto da chuva Da sensação que ela traz A forma que a natureza saúda A sensação que traz de paz. A água da chuva é diferente Toca nosso corpo, Alma, mente Sem qualquer esforço. A chuva me lembra paixão Aquele fogo que arde sem se ver Aquela ferida que dói e não se sente Com prazer. Às vezes queria ser como a chuva Para estar nos mais altos céus, Como o encaixe perfeito de uma mão na luva, Tocando os lábios teus Gotícula por gotícula. Pois, somente em tocar os lábios teus Cada partícula minha Além do pensamento de Deus Estará dentro de ti, Como uma união. Entrelaçar o meu aqui Com o teu, aqui, também.

tempo, paciência, mansidão são as ciências de tudo dar certo. Não existe regra, nem magia. Por mais clichê, a poesia que aqui escrevo com toda euforia sorte num trevo; a calma de uma alma, a alma numa palma; Tudo chega depois. O depois pode demorar, A carência chegar Você desmoronar, mas tenha em mente metaforize uma enchente transbordando fielmente o que você, intensamente, tem para demonstrar. Como uma borboleta que pousa em seu ombro quando você menos espera. Quando você fica parado e não corre mais para alcançá-la, assim é a felicidade de ter alguém ao seu lado.

Todo dia é dia de olhar pro espelho e sentir orgulho da pessoa que você é. De ter chegado até aqui De não ter ido ali E jogado tudo pro alto. Olhar no espelho e enxergar Alguém pra amar amar com amor, ressalto. Olhar pro espelho e ver Alguém que suportou, que venceu e chorou. Que apenas em ser É admirável, É amável. Beleza física nenhuma se sobressai Quando se tem do que orgulhar Quando os resquícios contam por si só as histórias que passam em nossa cabeça quando vamos nos olhar no espelho.